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Opinião: O Império Final de Brandon Sanderson

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Título: O Império Final
Saga: Mistborn - Nascida das Brumas
Autor: Brando Sanderson
Editora: Saída de Emergência
Número de Páginas:624
Idioma: Português

Brandon Sanderson é um escritor americano de ficção científica e fantasia que ensina escrita criativa na Brigham Young University . Foi escolhido para terminar a saga A Roda do Tempo após a morte do seu autor Robert Jordan e tem vários outros livros publicados sendo a sua obra mais conhecida a saga Mistborn-Nascida das Brumas.

O Império Final é um livro de fantasia épica que segue a história de um grupo de personagens que têm o sonho de acabar com a opressão a que o povo Skaa está submetido desde há mil anos pelo Senhor Soberano.

Embora à primeira vista pareça tratar-se de mais uma típica história de fantasia em que existe um rei tirano que é responsável pelas grandes diferenças sociais e em que há um grupo de pessoas a tentar derrubá-lo, Brandon Sanderson consegue criar uma história extremamente cativante a partir de uma premissa muito utilizada e dar-lhe uma volta interessante.

A história começa com Kelsier, um nascido das brumas, a juntar um grupo de pessoas com capacidades e habilidades diferentes com o objectivo de cumprir um plano tão audacioso que se torna quase impossível, que visa derrubar o Senhor Soberano e o império por ele criado, o Império Final. É nesta altura que Kelsier descobre Vin, uma rapariga que trabalha com um grupo de ladrões para puder sobreviver, e se apercebe das capacidades alomânticas que esta possui. A história prossegue com Kelsier a ensinar a Vin como utilizar a alomância, com o bando a colocar em acção o plano para derrubar o Império Final e com muitas reviravoltas que foram bastante bem conseguidas pois apanharam-me completamente desprevenida.

A juntar ao enredo extremamente cativante, está um sistema de magia complexo, inovador e muito interessante, a Alomância. A alomância consiste na capacidade que certas pessoas têm de ingerir uma solução de metais e queimá-la no interior do corpo, ao fazerem isto recebem determinados “poderes” que podem utilizar durante algum tempo. Os alomantes, regra geral, conseguem queimar um único metal, o que lhes permite ter um único “poder”, contudo, alguns conseguem utilizar todos os metais, os “Nascidos das Brumas”, dos quais são exemplo o Kelsier e a Vin. O que achei mais interessante neste sistema de magia foi o facto de, de certo modo, seguir as regras da física, dependendo das massas dos objectos, por exemplo, estes vão reagir de forma diferente (se um alomante empurrar uma moeda, a moeda é empurrada, contudo, se tentar empurrar algo com maior massa que a sua, o objecto fica no mesmo sítio e o alomante é o empurrado).

Quanto às personagens, gostei muito do facto de conseguirmos vê-las a evoluir e de percebermos o porquê de elas tomarem as decisões que tomam devido a acontecimentos passados. É de realçar o Sazed, uma personagem pertencente ao bando que é especialista em religiões e que dá origem a diálogos muito interessantes que levam a reflexões profundas sobre a forma como se formam as lendas, em que consistem os heróis e como aparece a fé.

Por fim, tenho a dizer que o escritor tem uma escrita muito apelativa, consegue explicar ao leitor todo um sistema de magia e um mundo completamente novo sem usar grandes parágrafos cheios de descrições que nunca mais acabam, fazendo antes uso de pequenas descrições, um pouco aqui, um pouco ali, que fazem com que o leitor consiga imaginar todo o cenário e compreender todas as relações de uma forma subtil e que não se torna nunca cansativa.

Com O Império Final, Brandon Sanderson conseguiu mostrar as suas excelentes capacidades de escrita e de criação de universos fantásticos que o tornaram num autor que vou sem dúvida querer voltar a ler e do qual esperarei ansiosamente por mais livros.

5*/5*

#Beatriz          

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